Entenda o que é renda fixa

Está prestes a quitar uma dívida? Essa é uma boa hora de se preparar para mudar de vida e planejar suas próximas conquistas começando um investimento.E o primeiro passo nessa jornada passa pela renda fixa, a categoria mais segura e indicada para o primeiro investimento do poupador. Mas afinal, o que é renda fixa? 

 

O que é renda fixa?

Renda fixa é todo investimento que tem regras de remuneração definidas no momento da aplicação, ou seja, na hora em que investe, você já sabe como o seu dinheiro irá render.  

Alguns investimentos em renda fixa são indicados, por exemplo, para quem pretende formar sua reserva para emergências, pois os riscos envolvidos são menores do que em outras modalidades. E nem precisa muito para começar: há opções a partir de R$30. 

 

Como funciona a rentabilidade da renda fixa?

Para ter uma ideia de quanto o seu dinheiro vai render, é preciso saber o tipo de rentabilidade da aplicação. Confira quais são: 

 

Prefixada

No momento em que você aplica, sabe exatamente quanto vai receber de volta ao final do prazo de investimento, pois a taxa de rendimento é fixa. Por exemplo: se você contratou um CDB com rendimento prefixado a 6% ao ano, no vencimento irá receber o que aplicou mais 6%. Lembrando que, no resgate, é descontado o valor relativo ao Imposto de Renda sobre o rendimento (abaixo explicamos um pouco mais sobre a cobrança de impostos). 

 

Pós-fixada

Na rentabilidade pós-fixada, o rendimento está atrelado a algum índice da economia, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), a Taxa Selic, a inflação (medida pelo IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), etc. Esses índices variam com as condições do mercado, portanto não podem ser definidos previamente. Em outras palavras, não dá para saber exatamente o quanto você receberá de volta ao final do prazo de investimento.  

 

Conheça os principais tipos de investimento em renda fixa 

Há diversos tipos de investimentos de renda fixa, cada um com suas vantagens e desvantagens. Para saber qual é o ideal para você, considere suas necessidades e objetivos. Se está criando uma reserva de emergência,por exemplo, escolha uma aplicação em que o dinheiro possa ser retirado a qualquer momento, ou seja, que possua liquidez imediata. Porém, se seus planos são para um futuro mais distante, como economizar para a aposentadoria, você pode optar por um investimento de menor liquidez, mas que te garanta uma rentabilidade melhor. 

Confira a seguir as principais informações sobre os investimentos de renda fixa mais comuns para quem está começando: 

 

Poupança

A poupançaé um dos investimentos mais populares do país. Para investir, basta ter uma conta corrente em qualquer banco e começar com qualquer valor. Este investimento não tem um prazo para vencimento e sua liquidez é diária: você faz o resgate e o dinheiro cai na sua conta na mesma hora. Mas o dinheiro precisa ficar aplicado por um período mínimo de 30 dias para começar a render. Depois disso, o valor rende uma vez por mês, na data em que você fez o primeiro depósito.  

Embora seja isento de taxas e Imposto de Renda, o que é uma vantagem, a rentabilidade da poupança costuma ser menor do que de outros investimentos de renda fixa. Sua rentabilidade é pós-fixada, ligada a dois indicadores: a Taxa Selic e a Taxa Referencial (TR). Quando a taxa Selic é maior do que 8,5% no ano, a poupança rende 0,5% ao mês + a Taxa Referencial (TR). Se a Selic estiver igual ou inferior a 8,5%, o rendimento é de 70% da taxa Selic + a Taxa Referencial. O percentual da TR é divulgado todo mês pelo Banco Central. Hoje, enquanto essa matéria está sendo escrita, a Selic está em 12,75%. 

 

Tesouro Direto

Tesouro Direto são títulos de dívida pública emitidos pelo Tesouro Nacional. Isso significa que, na prática, quem investe em Tesouro Direto está emprestando dinheiro para o governo federal, para financiar projetos públicos. Em troca, após o período estipulado, o investidor recebe o valor de volta acrescido de juros — o chamado rendimento. 

Esse é um dos investimentos de renda fixa mais seguros e acessíveis, com aplicações a partir de R$30. Há diversas opções de prazos de vencimento e remuneração, entre elas: Tesouro Prefixado (rentabilidade fixa), Tesouro Selic (atrelado à Taxa Selic) e Tesouro IPCA (atrelado à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA).  

Os títulos possuem liquidez diária, ou seja, é possível sacar o dinheiro a qualquer momento. Entretanto, a rentabilidade acordada no momento da compra só é paga na data de vencimento. Isso significa que, se você sacar antes, o rendimento pode ser menor. Vale lembrar ainda que, nesse tipo de investimento são cobrados IOF (Imposto sobre Operação Financeira) e Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos. Quanto maior o tempo que o dinheiro ficar investido, menor será o imposto (saiba mais abaixo). Há, ainda, uma taxa anual fixa cobrada sobre o valor do título. 

 

CDB: Certificado de Depósito Bancário

CDBs são títulos emitidos por bancos que funcionam da seguinte maneira: você empresta dinheiro à instituição financeira para que ela possa conceder crédito aos seus clientes e, em troca, após o período estipulado, você recebe o dinheiro de volta acrescido de juros. São operações muito seguras, pois contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito, o FGC (saiba mais sobre isso abaixo). 

Há diversos tipos de CDB disponíveis no mercado, com prazos de vencimento e rentabilidade diferentes. Os mais comuns são os pós-fixados atrelados a uma porcentagem do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Por exemplo: CDB com rentabilidade de 95% do CDI. 

Com relação à liquidez, há CDBs de liquidez diária e outros nos quais só dá para ter o dinheiro de volta na data de vencimento da aplicação. Neste tipo de investimento você também paga IOF e IR sobre os rendimentos, mas geralmente não são cobradas taxas. Saiba mais abaixo e fique atento a isso no momento de investir! 

 

LCI e LCA

A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) funcionam como os CDBs: você empresta dinheiro para uma instituição financeira conceder crédito para empresas, para então receber o valor acrescido de juros após o prazo estabelecido. A diferença é que os recursos captados nessas operações são utilizados exclusivamente para financiar exclusivamente os setores imobiliário (no caso da LCI) e agrícola (no caso da LCA).  

Outra diferença que atrai muitos investidores para esse tipo de investimento é a isenção do Imposto de Renda. Mas tem um “porém”: as LCIs e LCAs possuem uma carência mais longa para o saque. Isso significa que o valor não pode ser resgatado antes do prazo de vencimento, que é de, no mínimo, 90 dias. 

As LCIs e LCAs podem ter seu rendimento prefixado ou pós-fixado e também são garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), como veremos adiante. No caso dos prefixados, serão pagos os juros combinados no momento da compra, enquanto nos pós-fixados a taxa de referência costuma ser uma porcentagem do CDI. 

 

Quais são as taxas e impostos sobre os investimentos de renda fixa?

Há duas tributações que podem ser aplicadas sobre a rentabilidade dos investimentos de renda fixa: o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em ambos os casos, quanto maior o período em que o seu dinheiro ficar investido, menor será o percentual cobrado. Entenda: 

 

IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)

O IOF é um imposto federal cobrado em grande parte dos investimentos no caso do investidor sacar o dinheiro antes de completar 30 dias corridos da aplicação. A cobrança segue a seguinte tabela:

 

Dias corridos 

Alíquota 

Dias corridos 

 

1 

96% 

16 

46% 

2 

93% 

17 

43% 

3 

90% 

18 

40% 

4 

86% 

19 

36% 

5 

83% 

20 

33% 

6 

80% 

21 

30% 

7 

76% 

22 

26% 

8 

73% 

23 

23% 

9 

70% 

24 

20% 

10 

66% 

25 

16% 

11 

63% 

26 

13% 

12 

60% 

27 

10% 

13 

56% 

28 

6% 

14 

53% 

29 

3% 

15 

50% 

30 

0% 

 

IR (Imposto de Renda)

A tributação do IR é também aplicada apenas sobre a rentabilidade dos investimentos e funciona de forma regressiva, ou seja, quanto maior o tempo de investimento, menor o percentual (alíquota) a ser pago. Confira: 

 

Tempo de permanência 

Alíquota 

Até 180 dias 

22,5% 

Entre 181 dias e 360 dias 

20% 

Entre 361 dias e 720 dias 

17,5% 

Mais de 121 dias 

15% 

Mas lembre-se: nem todos os investimentos de renda fixa são tributados pelo IR. Poupança, LCI, LCA e Debêntures Incentivadas têm a vantagem da isenção! 

 

Conheça os investimentos garantidos pelo FGC

Os investimentos de renda fixa costumam ser muito seguros e, entre eles, há alguns que possuem uma garantia extra: o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). 

O FGC protege os investidores pessoa física no caso de uma instituição quebrar e ficar impossibilitada de pagar suas dívidas, garantindo a devolução de investimentos de até R$250 mil por CPF. Os investimentos de renda fixa protegidos pelo FGC são: 

  • Poupança 
  • CDB 
  • LCI e LCA 

 

Conte conosco para o que der e vier!

Os investimentos de renda fixa são uma boa oportunidade para quem está começando a investir, principalmente por conta da segurança e da facilidade de se investir. E, como vimos, cada opção tem suas vantagens e desvantagens. Por isso, antes de dar o primeiro passo é fundamental entender qual das opções se adequa melhor ao seu momento de vida e aos seus planos futuros, considerando especialmente quanto tempo seu dinheiro poderá ficar investido. 

Se as informações deste texto ainda parecem muito complicadas para você, vale a pena entender um pouco mais sobre o que são juros e o que é a taxa Selic.Aproveite o momento para aprender mais no blog da Recovery: como construir uma reserva de emergência,fazer renda extra, economizar dinheiro de maneira práticae descobrir como controlar seu dinheiropara recuperar, melhorar e manter a saúde financeira, também  é muito importante, saber se tem uma divida pode ser o primeiro passo consulte seu CPFgratuitamente na Recovery e verifique se tem algum débito em aberto com a gente. 

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